Consumo continua em alta, mas crescimento da economia foi espalhado por todos os setores, excluindo apenas o agro — Foto: Hermes de Paula/Agência O Globo
O crescimento da economia brasileira surpreendeu novamente. A alta de 1,4% do PIB no segundo trimestre deste ano, contra uma estimativa média de 0,9%, está levando o mercado a fazer uma nova revisão elevando as projeções para um patamar próximo aos 3%. No início do ano, as estimativas eram de 1,6%.
- Mesmo a estimativa do Monitor do PIB da FGV, considerada alta para o mercado, de 1,1% foi superada. Todo mundo vai revisar as projeções. Mesmo assim acredito que as previsões estarão abaixo do que deve ser mesmo o PIB deste ano, o mercado anda pessimista - diz Claudio Considerada, coordenador de Contas Nacionais do FGV Ibre.
Na avaliação de Considera, a Formação Bruta de Capital Fixo, que pode ser traduzida como investimento, que teve alta de 2,1% contra o trimestre anterior e 5,7% ante ao mesmo trimestre do ano passado, sinaliza mais crescimento à frente.
-- É o sinal de crescimento mais perene, autossustentável. Investimento crescendo é o que vai fazer o PIB crescer para frente. O consumo das famílias também cresceu bastante, a indústria de transformação teve a quarta alta seguida. Até na importação que cresceu 14,8% frente ao trimestre do ano anterior, vemos um crescimento de bens de capitais, ou seja, voltados a produção. Esse é um resultado muito bom - afirma Considera.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, concorda que o resultado do PIB é bom, principalmente porque houve crescimento espalhado por todos os setores, excetuando o agropecuário, o que já estava previsto. E chama atenção para o fato de que o crescimento veio apesar da tragédia no Rio Grande do Sul:
- A alta do PIB veio bem acima das expectativas, o que reforça a ideia de que tem uma economia que de fato está bastante aquecida. E vamos lembrar que isso tudo aconteceu mesmo com o Rio Grande do Sul no meio da história, que a gente achava que iria afetar a economia em maio, junho. Afetou o Rio Grande do Sul em maio, em junho não teve impacto. E, na verdade, quando a gente olha esses resultados, é como se não tivesse acontecido nada, apesar do estado ainda ter consequências de longo prazo que vai precisar lidar. Não está resolvida ainda essa situação. A boa notícia é que o crescimento espalhado em todos os segmentos, menos o agro, que era um ano esperado de ajuste, então já estava na conta essa desaceleração, mas consumo e investimento, olhando do lado da demanda, tiveram crescimentos significativos, bastante fortes.
Vale, no entanto, diferentemente de Considera, se preocupa se esse crescimento é sustentável. É na sua avaliação, a alta do PIB é puxada mais fortemente pela política fiscal do governo, apesar de ainda trazer reflexos das commodities que vinham puxando o crescimento nos últimos anos.
- O governo tem acelerado os gastos nos últimos anos, mas vai ser que pisar no freio em 2025 para cumprir o arcabouço fiscal. Por isso, acredito que no ano que vem o crescimento deverá ser menor, entre 1,5% e 2%, e voltar a ter um peso maior das commodities. Este ano, mesmo que se confirme a recessão nos EUA e alta de juros por aqui, o Brasil deve crescer 2,8% - estima Vale, que tinha uma projeção anual de 2,6% e de 1,2% para o PIB do semestre.PIB surpreende e mercado revisa projeção de crescimento para próximo de 3% este ano.
Fonte: O GLOBO
O crescimento da economia brasileira surpreendeu novamente. A alta de 1,4% do PIB no segundo trimestre deste ano, contra uma estimativa média de 0,9%, está levando o mercado a fazer uma nova revisão elevando as projeções para um patamar próximo aos 3%. No início do ano, as estimativas eram de 1,6%.
- Mesmo a estimativa do Monitor do PIB da FGV, considerada alta para o mercado, de 1,1% foi superada. Todo mundo vai revisar as projeções. Mesmo assim acredito que as previsões estarão abaixo do que deve ser mesmo o PIB deste ano, o mercado anda pessimista - diz Claudio Considerada, coordenador de Contas Nacionais do FGV Ibre.
Na avaliação de Considera, a Formação Bruta de Capital Fixo, que pode ser traduzida como investimento, que teve alta de 2,1% contra o trimestre anterior e 5,7% ante ao mesmo trimestre do ano passado, sinaliza mais crescimento à frente.
-- É o sinal de crescimento mais perene, autossustentável. Investimento crescendo é o que vai fazer o PIB crescer para frente. O consumo das famílias também cresceu bastante, a indústria de transformação teve a quarta alta seguida. Até na importação que cresceu 14,8% frente ao trimestre do ano anterior, vemos um crescimento de bens de capitais, ou seja, voltados a produção. Esse é um resultado muito bom - afirma Considera.
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, concorda que o resultado do PIB é bom, principalmente porque houve crescimento espalhado por todos os setores, excetuando o agropecuário, o que já estava previsto. E chama atenção para o fato de que o crescimento veio apesar da tragédia no Rio Grande do Sul:
- A alta do PIB veio bem acima das expectativas, o que reforça a ideia de que tem uma economia que de fato está bastante aquecida. E vamos lembrar que isso tudo aconteceu mesmo com o Rio Grande do Sul no meio da história, que a gente achava que iria afetar a economia em maio, junho. Afetou o Rio Grande do Sul em maio, em junho não teve impacto. E, na verdade, quando a gente olha esses resultados, é como se não tivesse acontecido nada, apesar do estado ainda ter consequências de longo prazo que vai precisar lidar. Não está resolvida ainda essa situação. A boa notícia é que o crescimento espalhado em todos os segmentos, menos o agro, que era um ano esperado de ajuste, então já estava na conta essa desaceleração, mas consumo e investimento, olhando do lado da demanda, tiveram crescimentos significativos, bastante fortes.
Vale, no entanto, diferentemente de Considera, se preocupa se esse crescimento é sustentável. É na sua avaliação, a alta do PIB é puxada mais fortemente pela política fiscal do governo, apesar de ainda trazer reflexos das commodities que vinham puxando o crescimento nos últimos anos.
- O governo tem acelerado os gastos nos últimos anos, mas vai ser que pisar no freio em 2025 para cumprir o arcabouço fiscal. Por isso, acredito que no ano que vem o crescimento deverá ser menor, entre 1,5% e 2%, e voltar a ter um peso maior das commodities. Este ano, mesmo que se confirme a recessão nos EUA e alta de juros por aqui, o Brasil deve crescer 2,8% - estima Vale, que tinha uma projeção anual de 2,6% e de 1,2% para o PIB do semestre.PIB surpreende e mercado revisa projeção de crescimento para próximo de 3% este ano.
Fonte: O GLOBO
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