Espécie é mais sensível ao frio e busca abrigo dentro de casa, nas áreas urbanas, para se proteger

Porto Velho, Rondônia -
O mês de junho começou em Belo Horizonte com clima mais frio, típico do outono/inverno. Nos últimos dias, a mínima variou entre 12 e 14 graus. A temperatura mais baixa aumenta a chance de acidentes com aranha-marrom. Qual a relação? Essa espécie é mais sensível ao frio e busca abrigo dentro de casa, nas áreas urbanas, para se proteger. O esconderijo pode ser em caixas, gavetas, rodapés e estrados de camas, cortinas, roupas e calçados.

A maioria das espécies de aranhas-marrons, pertencentes ao gênero Loxosceles, são conhecidas pelo padrão de coloração marrom a amarelo-acinzentado. São pequenas, atingindo até cerca de quatro centímetros de comprimento com as pernas esticadas, sendo que os machos são menores e possuem as pernas mais longas do que as fêmeas. Elas têm hábitos noturnos, gostam de viver em lugar escuro, seco e com um pouco de calor.

Segundo a Fundação Ezequiel Dias (Funed), as aranhas do gênero Loxosceles são consideradas de importância médica no Brasil, por serem responsáveis pelo maior número de acidentes e pela forma mais grave de envenenamento por aranhas no país. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, só nos últimos três anos foram registradas 1.213 ocorrências de acidentes com espécies de aranhas-marrons no estado, principalmente nas cidades de Manhuaçu, Pouso Alegre e Belo Horizonte.

Esse tipo de aranha não é agressiva, como explica o chefe do serviço de animais peçonhentos da Funed, Rômulo Toledo, mas a picada pode ocorrer quando o animal é comprimido contra o corpo. A picada é indolor, entretanto, pode causar desde vermelhidão a necrose na pele, complicações circulatórias, renais e até a morte.

"Quando a gente esbarra nela, pressiona, a aranha defende picando. A ação parece uma picada de pernilongo, muita gente nem percebe. Ela injeta o veneno que começa com uma ação localizada. O local fica vermelho, pode inchar, dá uma manchinha escura que é uma necrose no ponto de picada e aquilo vai evoluindo", diz o especialista.

A maioria dos acidentes são classificados como leves, mas a demora em buscar atendimento médico pode contribuir para o agravamento dos sintomas e letalidade.

"Tem pessoas que, por exemplo, pode sentir até uma tonteira imediata. Outros podem sentir algum sintoma depois de duas horas após a picada, que pode ser dor, uma queimação. Com ação do veneno, pode acontecer da pessoa ter náuseas, vômitos, dores musculares e outras alterações como dor na região renal e escurecimento de urina, que são casos mais graves", detalha Toledo.

A referência para esse tipo de atendimento na capital mineira é o Pronto Socorro-Hospital João XXIII. O tratamento recomendado é a administração do soro antiaracnídico.

Para evitar acidentes, a Funed orienta:
Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas e lixoInspecionar roupas, toalhas e calçados antes de usá-losVedar frestas e buracos em assoalhosManter ralos de cozinha e de banheiros fechadosAfastar camas e móveis das paredesNão colocar as mãos diretamente em pedras ou troncos podres


Fonte: O GLOBO