Comissão de Defesa do Consumidor da ALE convocou empresas para apresentar dados. Azul e Gol já retiraram voos alegando quantidade de processos

Porto Velho, RO - As companhias aéreas que operam em Rondônia foram chamadas para prestar esclarecimentos, na próxima quarta-feira (16), sobre a retirada de voos comerciais no estado. O assunto será debatido em reunião extraordinária da Comissão de Defesa do Consumidor na Assembleia Legislativa (Alero).

Os deputados integrantes da comissão aprovaram requerimentos solicitando que as empresas Azul e Gol apresentem dados sobre os cortes na malha aérea.

No final de julho, a Gol Linhas Aéreas anunciou a retirada de seus tradicionais voos diretos entre Porto Velho e Manaus. Na mesma semana, a Azul suspendeu voos no interior e alegou que a medida se deve a um alto índice de processos judiciais.

A reunião extraordinária com a Azul e Gol na Comissão de Defesa do Consumidor será realizada a partir de 10h da próxima quarta-feira. A empresa Latam também foi chamada para informar se existe algum plano de redução de voos no estado.

Segundo a Comissão, o Procon, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também foram convidados para estar no debate acerca do corte de voos no estado.

Quase 20 mil processos

Dados obtidos pelo g1 mostram que a Gol e a Azul foram processadas, juntas, quase 20 mil vezes em Rondônia entre 1° de janeiro do ano passado e 15 de junho deste ano.

Contra a Gol foram cerca de 4,5 mil ações e, desse total, 1.829 processos foram ingressados apenas no primeiro semestre de 2023, de acordo com balanço obtido por leitura dos processos no Tribunal de Justiça de Rondônia.

Mais de 400 judicializações citando a Gol entre janeiro e junho deste ano foram por cancelamento de voos, e quase 300 por atrasos.

Já a Azul foi processada 15 mil vezes no mesmo período, correspondendo a 62% dos processos envolvendo companhias aéreas.

Os números também mostram que dos 15 mil processos sofridos pela Azul, em 7% deles a pessoa que entrou com a ação, ganhou. Outros 10% dos processos foram julgados improcedentes, ou seja, o autor perdeu a causa.

Fonte: G1